Hazel Scott: Música, Ativismo e Televisão
Hazel Scott, uma talentosa pianista e cantora de jazz, foi a primeira mulher afro-americana a apresentar o seu próprio programa de televisão. Além da sua virtuosidade musical, desafiou o preconceito racial em Hollywood e o Comité de Atividades Antiamericanas. As suas performances cativantes, que misturavam jazz com peças clássicas, encantaram o público nos EUA e internacionalmente.
Nascida em Trinidad em 1920, a jornada musical de Hazel Scott começou cedo. Aos três anos, já tocava piano de ouvido. Mudando-se para Nova Iorque com a sua mãe, música clássica, Scott mergulhou na vibrante cena jazz. Estudou na Juilliard, aprimorou as suas habilidades com músicos lendários como Art Tatum e Fats Waller, e estreou na Broadway aos 18 anos.
A carreira de Scott floresceu no Café Society, o primeiro clube noturno integrado de Nova Iorque. O seu estilo único de “jazzificar os clássicos” cativou o público, combinando formação clássica com improvisação jazz. As suas performances energéticas e voz poderosa levaram a gravações de sucesso e aparições na Broadway.
A mudança de Scott para Hollywood confrontou-a com a discriminação racial. Recusando papéis estereotipados, exigiu tratamento justo e salário igual, o que prejudicou a sua carreira cinematográfica. No entanto, continuou a usar a sua plataforma para lutar contra a segregação, recusando-se a atuar para públicos segregados.
O seu casamento com Adam Clayton Powell Jr., o primeiro congressista afro-americano de Nova Iorque, colocou-a no centro das atenções. Em 1950, Scott alcançou um marco histórico: tornou-se a primeira mulher afro-americana a apresentar o seu próprio programa de televisão, “The Hazel Scott Show”. O programa apresentava a sua mistura de música clássica, jazz e boogie-woogie e recebeu críticas positivas.
O sucesso do programa foi curto. Citada no “Red Channels”, uma publicação que listava alegados simpatizantes comunistas, Scott testemunhou perante o Comité de Atividades Antiamericanas. Apesar de negar afiliações comunistas, o seu programa foi cancelado. Este evento marcou um ponto de viragem na sua carreira.
Scott mudou-se para Paris em 1957, imergindo na comunidade de expatriados e continuando a atuar. Embora a cena musical americana tivesse mudado quando regressou em 1967, continuou a atuar para fãs dedicados e a fazer gravações ocasionais. O legado de Hazel Scott perdura como um testemunho do seu talento musical extraordinário e do seu compromisso inabalável com a justiça social. Ela permanece uma figura significativa na música e na história cultural americana.