Ataque à Radio Television Caraibes no Haiti
As autoridades haitianas devem investigar de forma rápida e completa o ataque incendiário à Radio Television Caraibes, um importante meio de comunicação haitiano, e responsabilizar os culpados. Na tarde de 23 de fevereiro de 2020, um grupo de indivíduos mascarados, armados e alegando ser membros da Polícia Nacional Haitiana, atacou os escritórios da Radio Television Caraibes em Porto Príncipe. Eles incendiaram veículos, quebraram janelas e destruíram equipamentos de transmissão.
O ataque ocorreu durante um protesto de policiais da Polícia Nacional Haitiana que exigiam melhores salários e condições de trabalho. Durante o protesto, os policiais dispararam armas para o ar e vandalizaram propriedade governamental. A declaração da Radio Television Caraibes indicou que os atacantes alegaram fazer parte do protesto da polícia.
O ataque forçou a estação a interromper a transmissão, que estava cobrindo os protestos ao vivo. Marc Anderson Bregard, o diretor de programação da Radio Television Caraibes, confirmou que ninguém ficou ferido durante o incidente. Ele também afirmou que o Diretor da Polícia Nacional, Normil Rameau, prometeu uma investigação sobre o ataque. A Radio Television Caraibes já retomou as transmissões.
O incidente destaca os crescentes perigos enfrentados por jornalistas no Haiti. A possibilidade de envolvimento da polícia neste ataque levanta sérias preocupações sobre a capacidade do governo de proteger a imprensa. O Comité para a Proteção dos Jornalistas (CPJ) pediu uma investigação completa para determinar se agentes da Polícia Nacional Haitiana estiveram envolvidos e garantir que os perpetradores sejam levados à justiça. Um representante do CPJ enfatizou a necessidade urgente de abordar as graves ameaças que os jornalistas enfrentam no Haiti, dados os já elevados níveis de violência contra eles. A delegacia de polícia de Porto Príncipe confirmou que uma investigação foi iniciada. Este incidente segue um padrão de ataques contra jornalistas no Haiti, levando organizações como o CPJ e Repórteres Sem Fronteiras a instar as autoridades haitianas a tomarem medidas para proteger a imprensa.