
Re:Zero – Análise da 1ª Temporada
A arte e animação de Re:Zero são visualmente impressionantes. A paleta de cores e o design das personagens, particularmente Roswaal e as irmãs Oni, são marcantes e memoráveis. O mundo de fantasia é lindamente realizado e o uso ocasional de CGI é bem integrado. As cenas de ação são bem animadas e as expressões faciais das personagens, embora por vezes exageradas, adicionam charme à série. Embora a qualidade da animação varie, o visual geral é polido e moderno, especialmente para um anime de 2016.
O enredo de Re:Zero, embora não seja perfeito, é envolvente. Apesar de algumas lacunas de informação, como as razões de Satella para invocar Subaru, não existem grandes falhas no enredo. A história é dividida em arcos, por vezes com transições abruptas. O arco inicial focado em Subaru a salvar Emilia de Elsa é seguido pelo arco da mansão Roswaal, com cada arco subsequente a apresentar um novo desafio de sobrevivência ou resgate. Embora alguns arcos possam parecer longos ou desconexos, a premissa geral mantém o interesse do espectador.
Re:Zero estabelece uma atmosfera distinta através do uso da violência. Embora muitas vezes eficaz na criação de suspense, o nível de violência, particularmente no arco de Petelgeuse, pode ser excessivo para alguns espectadores. A série equilibra elementos de suspense com representações mais extremas, mas este aspeto pode ser desagradável.
Os elementos temáticos da série são um pouco irregulares. Embora temas clássicos de shounen como coragem e esperança estejam presentes, falta-lhes profundidade. Temas mais complexos como ciúme e redenção são abordados, mas não totalmente explorados. A forte construção do mundo de Re:Zero compensa parcialmente as suas fraquezas temáticas.
A banda sonora de Re:Zero é excecional, com temas de abertura e encerramento memoráveis por Konomi Suzuki e MYTH & ROID. “Redo” e “Styx Helix” são particularmente notáveis pelo seu som rock energético e vocais poderosos. A banda sonora instrumental de Kenichiro Suehori é igualmente impressionante, com faixas como “Call of the Witch” e “Requiem of Silence” a complementarem perfeitamente a atmosfera da série.
A dublagem é excelente, com a interpretação de Subaru por Yuusuke Kobayashi a captar a gama emocional e intensidade da personagem. Outras atuações notáveis incluem Satomi Arai como Beatrice, Mamiko Noto como Elsa e Inori Minase como Rem. Dubladores veteranos como Takehito Koyasu e Yukari Tamura enriquecem ainda mais o elenco.
Re:Zero possui um elenco diversificado e memorável de personagens, desde o excêntrico Roswaal à gentil Emilia e ao travesso Puck. Ram, a irónica empregada Oni, destaca-se como uma favorita dos fãs. No entanto, as personagens também sofrem de algumas fraquezas.
A falta de personagens profundamente relacionáveis, personagens femininas mal escritas que muitas vezes parecem fantasias masculinas e a personalidade frequentemente irritante de Subaru prejudicam a experiência geral com as personagens. Embora personagens como Ram e Krusch sejam bem desenvolvidas, outras, como Emilia, carecem de profundidade e agência.
Subaru, embora intencionalmente escrito como irritante, pode ser excessivamente irritante, especialmente na primeira temporada. A sua arrogância e tendências machistas podem alienar os espectadores. Embora a segunda temporada melhore a sua personagem, as suas falhas na primeira temporada impactam significativamente a experiência de visualização.
Embora Re:Zero ofereça uma construção de mundo convincente e a história trágica de Rem e Ram forneça profundidade emocional, o prazer da série é prejudicado pela personagem de Subaru e por instâncias de sexismo.
A representação do relacionamento de Wilhelm van Astrea com sua esposa, Theresia, é particularmente problemática. A série romantiza o comportamento misógino de Wilhelm, enquadrando suas ações como heróicas em vez de tóxicas.
Outro exemplo de sexismo ocorre quando Subaru faz um comentário depreciativo sobre o papel das mulheres. Esses exemplos destacam um padrão de sexismo casual que prejudica a qualidade geral da série.